Nos últimos dias, o nome de Serena Williams voltou a ocupar os principais portais do mundo, e não por mais um título ou por sua trajetória como empresária. A atleta revelou que vem utilizando medicamentos da classe dos agonistas do GLP‑1 para auxiliar no processo de perda de peso no pós‑gravidez. E mais: se tornou embaixadora da Ro, uma plataforma de telemedicina que oferece esse tipo de tratamento.
A campanha é de larga escala.
Outdoors em Nova York, vídeos na TV, ativações digitais. Mas o que chamou a atenção não foi apenas a imagem de Serena em um novo papel. Foi o tom da narrativa. Com clareza, ela conta que, mesmo treinando quatro horas por dia e mantendo uma alimentação saudável, não conseguia retornar ao peso desejado após o nascimento de suas filhas, Olympia e Adira.
Esse tipo de fala, vindo de uma das maiores atletas da história, quebra um paradigma importante. Por muito tempo, o discurso predominante foi o da superação pela força de vontade. O corpo como reflexo direto da disciplina. Serena amplia esse olhar. Ela afirma que o tratamento com GLP‑1 não foi um atalho, mas uma aplicação da ciência a um momento específico do corpo feminino: o pós‑parto.
A reação do público foi mista.
Enquanto algumas pessoas elogiaram a honestidade da atleta, outras a criticaram por promover o uso de medicamentos para emagrecimento. Parte dos comentários questiona se essa exposição pode incentivar o uso indiscriminado dessas substâncias por pessoas que não têm indicação clínica. Também surgiram preocupações sobre a escassez desses medicamentos para pacientes com diabetes, público para o qual os GLP‑1 foram originalmente desenvolvidos.

Mas há uma camada mais profunda nessa história.
Serena não está promovendo uma solução mágica. Ela está trazendo à tona uma conversa importante sobre saúde, imagem corporal e as pressões que recaem, especialmente sobre mulheres, após a maternidade. Existe uma idealização da volta ao corpo de antes. E há também uma cobrança silenciosa para que isso ocorra apenas com “mérito próprio”, como se ajuda médica fosse um tipo de fraqueza.
O discurso dela vai na contramão disso.
Mostra que, mesmo com todos os recursos, disciplina e acesso ao melhor da medicina esportiva, houve um momento em que nada parecia funcionar. E que recorrer a uma solução como essa foi um passo consciente, discutido com profissionais, em alinhamento com seus objetivos e sua saúde.
GLP‑1 é uma classe de medicamentos que inclui nomes como Ozempic, Wegovy, Mounjaro e Zepbound. São remédios originalmente criados para controle de diabetes tipo 2, mas que, por atuarem na redução do apetite e no ritmo da digestão, passaram a ser utilizados também para controle de peso. No Brasil, são vendidos apenas com prescrição médica, e os efeitos colaterais podem variar de leves a mais graves, o que reforça a necessidade de acompanhamento médico rigoroso.
A questão central, no entanto, não é sobre o remédio em si. É sobre narrativa.
Ao se posicionar dessa forma, Serena desloca o foco da estética para o bem-estar. E convida outras mulheres a repensarem seus próprios caminhos. Sem culpa. Sem comparação. Sem a ilusão de que dar conta de tudo sozinha é o único caminho válido.
Essa história também serve como alerta para profissionais de saúde, preparadores físicos, nutricionistas e especialistas em performance. O corpo humano é complexo. E nem sempre responde da forma esperada, mesmo com esforço consistente. A individualização dos processos precisa ser prioridade, junto com empatia, escuta e responsabilidade na orientação.
Na Atleta Pro Academy, a gente acredita em performance com verdade. Isso inclui reconhecer que cada fase da vida exige estratégias diferentes. E que cuidar da saúde não é apenas treinar e comer bem, mas também tomar decisões conscientes, baseadas em dados, acompanhamento profissional e autoconhecimento.
Se você sentiu que esse tema te toca de alguma forma, talvez seja a hora de olhar com mais carinho para a sua própria jornada.
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Sem pressa. Sem julgamento. Só você, sua história e o próximo passo que faz sentido.